quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As sete dores de Maria


O Calendário Litúrgico coloca em dias sequenciados, no mês de setembro, a festa da Exaltação da Santa Cruz e a memória de Nossa Senhora das Dores. Fora do contexto da Semana Santa, temos assim nova oportunidade para refletir e viver os mistérios da Redenção, aos quais Nossa Senhora esteve sempre próxima, experimentando, a Imaculada, aflitas dores, magnificadas no acontecimento do Calvário. Maria, a “peregrina da fé”, mereceu de Isabel, na Visitação, diz o Santo Padre João Paulo II, “as palavras abençoantes: 'Feliz daquela que acreditou'. “E que “atingem a plenitude do seu significado, quando ela está aos pés da cruz do seu Filho (cf. Jo 19,25).” (Encíclica A Mãe do Redentor, 18).
Santo Afonso de Ligório, em seu precioso livro “Glórias de Maria”, faz inspiradas reflexões sobre cada uma das sete dores da nossa Mãe Santíssima: primeira, as Profecias de Simeão; segunda, a Fuga para o Egito; terceira, a Perda de Jesus no Templo; quarta, o Encontro com Jesus caminhando para a morte; quinta, a Morte de Jesus; sexta, a Lançada e a Descida da Cruz; sétima, o Sepultamento de Jesus. Especialmente junto à Cruz, vendo o seu Filho ensanguentado, Nossa Senhora estava, em silêncio, vivendo o que diria, depois, o apóstolo São Paulo: “Quanto a nós, devemos gloriar-nos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo; n'Ele está a nossa salvação, vida e ressurreição.” (Gl 6,14).
À Maria, sofrendo na presença de Jesus Crucificado, e por todas as suas dores, pode se aplicar a exclamação trazida de sofrimento do livro das Lamentações:” A quem te comparar, ó Virgem, filha de Sião? É imensa, como o mar, tua aflição.” (2,13).
Dom Guéranger (cf. L'année liturgique, 1919) nos lembra que a “Rainha dos Mártires nunca deixa de encorajar os seus filhos na terra a suportar as próprias cruzes, complementando a Paixão de Cristo que nos precede em todos os sofrimentos e dificuldades.”
Confiantes no amparo de Nossa Senhora das Dores, sejamos, pois, fortalecidos em nossas fraquezas, de modo a poder realizar em nossas vidas o que disse o apóstolo São Paulo: “Agora eu estou contente com os sofrimentos que tenho de suportar por vós. Porque assim completo na minha carne o que falta às tribulações de cristo, em favor do seu Corpo, que é a Igreja”. (Cl 1,24).

Fonte: Frei Geraldo de Araújo Lima, Diretor Espiritual – Recife – PE. Texto retirado da revista da Legião de Maria, Ano 51, nº 75/2011.

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