domingo, 17 de março de 2013

Síntese Marial



Síntese marial, em que se apresenta o mais resumidamente possível o prodigioso papel da cooperação confiada a Maria no plano total da salvação. Está composta de modo a possibilitar o seu uso na Acies, caso se deseje, como Ato Coletivo de Consagração, ou (se omitirmos o primeiro parágrafo) em outras ocasiões.

Rainha e Mãe nossa,
A pausa momentânea diante do vosso estandarte apenas deu tempo para uma brevíssima fórmula de amor. Agora estamos mais livres para abrir os nossos corações e
dilatar esse pequeno ato de consagração numa profissão mais completa da nossa fé em vós.

Compreendemos a imensidade da nossa obrigação para convosco. Vós nos deste Jesus, fonte de todo o nosso bem. Não fôsseis vós e ainda estaríamos nas trevas do mundo perdido e debaixo da antiga sentença de morte. Dessa extrema miséria quis a Divina Providência salvar-nos. Foi do Seu agrado utilizar-vos neste desígnio misericordioso, confiando-vos uma parte que não poderia ser mais nobre. Embora inteiramente dependente do Redentor,
vós fostes, por decreto divino, a sua colaboradora, tão aproximada a Ele quanto uma criatura o poderia ser, indispensável a Ele.

Desde toda a eternidade estivestes com Jesus na intenção da Santíssima Trindade, partilhando do Seu destino: com Ele anunciada na profecia original, como a Mulher de quem Ele haveria de nascer; junto com Ele nas orações daqueles que esperavam a Sua Vinda; tornada uma só coisa com Ele na graça pela Imaculada Conceição, que de forma maravilhosa vos salvou; unida a Ele em todos os mistérios da Sua carreira terrestre, desde a Anunciação do Anjo à Cruz; com Ele firmada em glória pela vossa Assunção; sentada ao lado d’Ele no Seu trono, administrando com Ele o Reino da Graça.

De todo o gênero humano só vós fostes bastante pura e bastante forte na fé e no espírito para vos tornardes a nova Eva que, com o novo Adão, repararia a Queda. A vossa oração, já cheia do Espírito Santo, atraiu Jesus à terra. A vossa vontade e a vossa carne conceberam-nO. O vosso leite nutriu-O. O vosso incomparável amor envolveu-O e permitiu-Lhe crescer em idade, força e sabedoria. Vós modelastes realmente Aquele que vos fez. E depois, quando chegou a hora estabelecida para o oferecimento, destes livremente o Divino Cordeiro para a Sua missão e sacrifício de morte no Calvário, padecendo com Ele a plenitude do sofrimento, semelhante ao d’Ele – a tal ponto que com Ele teríeis morrido,
se não fôsseis impedida para poderdes cuidar da Igreja Nascente.

Tendo sido deste modo Sua auxiliar inseparável na realização da Redenção,
não deixastes de estar com Ele, de lhe ser igualmente necessária, na distribuição das graças.
A vossa maternidade alargou-se para receber todos aqueles por quem Ele morreu. Vós cuidais, como Mãe, do gênero humano, como cuidastes d’Ele. Cada alma continua confiada ao vosso paciente cuidado até que a transporteis para a vida eterna.

Assim como foi determinado, para a perfeição do plano salvador, que fôsseis instrumento deste em todas as suas partes, assim foi exigido que fôsseis incluída no nosso culto. Devemos apreciar aquilo que fizestes e tentar manifestar este apreço de forma adequada, através da nossa fé, do nosso amor e do nosso serviço.

Depois de termos assim declarado a doçura e imensa extensão da nossa dívida para convosco, que mais poderemos dizer do que repetir com todos os nossos corações:
“Nós somos todos vossos, ó Rainha e Mãe nossa, e tudo quanto temos vos pertence”.

“Esta é a primeira vez que um Concílio Ecumênico apresenta uma tão vasta síntese da doutrina católica sobre o lugar que Maria Santíssima ocupa no Mistério de Cristo e da Igreja. Mas isto corresponde ao objetivo que o Concílio se fixou a si mesmo, de manifestar a face da Santa Igreja. Ora, Maria está ligada de maneira estreitíssima à Igreja; como foi maravilhosamente afirmado, ela é, da mesma Igreja, ‘a parte maior, a parte ótima, a parte especial, a parte mais escolhida.’ (Ruperto: Comentário ao Apocalipse)

A realidade da Igreja, na verdade, não consiste apenas na sua estrutura hierárquica, na sua liturgia, nos seus sacramentos, nas suas pronúncias judiciais. A sua íntima essência, a fonte primária do seu poder eficaz de santificação têm de ser procuradas na sua mística união com Cristo. Esta união não pode ser pensada como algo à parte d’Aquela que é a Mãe do Verbo Encarnado e a quem Jesus Cristo quis unir tão intimamente a si para a realização da nossa salvação. Aqui está o motivo por que é nesta vista geral da Igreja que deve enquadrar-se propriamente a contemplação amorosa das maravilhas que Deus operou na sua Santa Mãe. O conhecimento da verdadeira doutrina católica sobre Maria constituirá sempre uma chave para a exata compreensão do Mistério de Cristo e da Igreja.

Por isso, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o Povo de Deus, dos fiéis e dos pastores” (Discurso de Paulo VI no Concílio Vaticano II).

(Esta citação não faz parte da síntese.)


Fonte: Manual da Legião de Maria, pág. 349.


Nenhum comentário:

Postar um comentário