A festa grande que empolga o povo
brasileiro, no mês de outubro, é a de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. O
Brasil, e o povo brasileiro, reconhecido e agradecido presta homenagem à Mãe de
Deus, solenemente proclamada e coroada como Rainha do Brasil, em 1930, pelo
então presidente Getúlio Vargas. Depois de várias datas, a festa foi fixada,
definitivamente para o dia 12 de outubro.
Antes de um
comentário maior sobre a festa brasileira, citemos outra data importante
dedicada a Maria: 12 de dezembro, festa de Nossa Senhora de Guadalupe,
Padroeira Principal da América Latina. Coincidência ou não, as duas festas
recordam a "Aparecida", uma Mulher tão presente na vida do povo, que
se transfigura e se assemelha ao povo amado. As circunstâncias de tempo e
lugar, de costumes e tradições foram diferentes, mas a dinâmica fundamental foi
o amor e a compaixão para com seus filhos escravizados.
Com efeito, em
Guadalupe, Maria se revela aos indígenas, sofridos, humilhados e destruídos
pela cruel colonização espanhola. Num gesto materno, aparece entre flores e
gorjeios de pássaros ao catecúmeno Juan Diego. E, depois, para confirmar a
veracidade da mensagem ao bispo diocesano, um avental cheio de rosas brancas se
transforma numa estampa maravilhosa, que até hoje desafia a inteligência dos
estudiosos. Maria se apresenta na cor bronzeada e revestida com as vestes
típicas de seu povo. Mas, a humildade do seu aparecimento se transforma num
templo maravilhoso, que chama a atenção do mundo.
No hemisfério
sul, a mais de 10.000 quilômetros de distância, nas redes rudes de três
humildes pescadores, a mesma Senhora "Aparece" – resgatada das águas
escuras do Rio Paraíba. Ela aparece degolada, na cor negra, de mãos postas em
oração: assumiu a dor de seu povo.
No México
havia a opressão e a destruição de um povo, e de uma cultura milenar, em nome
de uma pseudoevangelização. No Brasil, em nome de uma falsa colonização,
milhares de seres humanos eram escravizados. Tanto lá, como cá, em nome de
uma falsa evangelização, a honra e a dignidade da pessoa humana eram
destruídas. Esta situação de injustiça e opressão magoava o coração de Deus,
que é Pai, dos índios e dos negros escravizados. Por isso, o Verbo Eterno se
humanizou: assumiu a condição de pobre e mortal, para despertar em nós a
confiança e a certeza de que somos amados por Deus.
Maria é o
retrato do rosto misericordioso de Deus. Por isso, Ela se transfigura e se
encarna na vida e nas condições concretas de seus filhos, para despertar neles
a alegria de viver, e a esperança da salvação eterna. Os Santuários
maravilhosos de Guadalupe e de Aparecida revelam o rosto materno de Deus que
quer salvar a todos. Tão parecidos um com o outro, com a mesma missão de serem
cidades de refúgio e templos da misericórdia e do acolhimento, proclamam as
glórias e o amor das "Aparecidas", que de tão parecidas, são a mesma
Mãe de Jesus, e nossa Mãe querida. Mãe Aparecida, rogai por nós!
Pe.
Ângelo Licati, C.Ss.R.
Missionário Redentorista
Missionário Redentorista
Província de
Goiás (GO)
Texto extraído do site www.a12.com
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