“Quem é esta que avança como a aurora, formosa como a lua,
brilhante como o sol, terrível como um exército em ordem de batalha?” (Ct 6,
9).
“O nome da Virgem era Maria” (Lc 1, 27).
“Legião de Maria! Que nome bem escolhido!” (Pio XI).
NOME E ORIGEM
A Legião de Maria é uma
Associação de católicos que, com a aprovação da Igreja e sob o poderoso comando
de Maria Imaculada, Medianeira de todas as graças, (formosa como a lua,
brilhante como o sol e, para Satanás e seus adeptos, terrível como um exército
em ordem de batalha), se constituíram em Legião para servir na guerra,
perpetuamente travada pela Igreja contra o mal que existe no mundo.
“Toda a vida humana, quer individual
quer coletiva, se apresenta como uma luta dramática entre o bem e o mal, entre
a luz e as trevas” (GS 13).
Este exército, hoje tão numeroso,
teve a mais humilde das origens. Não proveio de longas meditações: surgiu
espontaneamente, sem premeditações de regras e práticas. Surgiu a idéia.
Marcou-se uma tarde para a reunião de um pequeno grupo cujos componentes
dificilmente supunham que estavam a ser instrumentos da Divina e amorosa
Providência. O aspecto daquela reunião foi idêntico ao das reuniões legionárias
que depois viriam a se efetuar em toda a terra. No meio do grupo, sobre uma
mesa, com uma toalha branca, erguia-se uma imagem da Imaculada Conceição (igual
à da Medalha Milagrosa) ladeada por dois vasos de flores e duas velas acesas.
Esta disposição, tão expressiva no seu conjunto, fruto da inspiração de um dos
primeiros a chegar, refletia perfeitamente o ideal da Legião de Maria. A Legião
é um exército. E, antes mesmo de os legionários se reunirem, ela, a Rainha, já
aguardava, de pé, aqueles que certamente atenderiam ao seu chamado. Não foram
eles que a adotaram: foi ela que os adotou. E desde então, com ela marcharam e
combateram, certos de que haviam de vencer e perseverar, precisamente na medida
em que estivessem unidos a ela.
O primeiro ato coletivo destes
legionários foi ajoelhar. Aquelas cabeças jovens e ardentes inclinaram-se.
Rezou-se a Invocação e a Oração ao Espírito Santo; e depois, aqueles dedos que,
durante o dia, haviam trabalhado arduamente, desfiaram as contas do terço, a
mais simples das devoções. Terminadas as orações, sentaram-se e, sob a proteção
de Maria (representada por sua imagem), aplicaram-se a procurar os meios de
mais agradar a Deus e de O tornar mais amado neste mundo, que lhe pertence.
Desta troca de impressões nasceu a Legião de Maria, com a fisionomia que hoje
apresenta.
Que maravilha! Quem, considerando
a humildade de tais pessoas e a simplicidade do seu procedimento, poderia
prever, mesmo num momento de entusiasmo, o destino que em breve as esperava?
Quem, dentre elas, poderia imaginar que estava sendo inaugurado um sistema que,
sendo dirigido com fidelidade e vigor, possuiria o poder de comunicar, através
de Maria, a doçura e a esperança às nações? Entretanto, assim havia de ser.
O primeiro alistamento dos
legionários de Maria realizou-se em Myra House , Francis Street, Dublin, Irlanda, às
vinte horas do dia 7 de setembro de 1921, véspera da festa da Natividade de
Nossa Senhora. A organização nascente ficou conhecida no início como
“Associação de Nossa Senhora da Misericórdia”, em virtude de o primeiro grupo
ter tomado o título de “Senhora da Misericórdia”.
Circunstâncias, aparentemente
casuais, determinaram o dia 7 de setembro, que parecia menos indicado que o seguinte.
Só alguns anos depois – quando provas sem número de um verdadeiro amor
maternal, levaram à reflexão – é que se compreendeu que, no ato do nascimento
da Legião, esta recebera das mãos de sua Rainha uma enternecedora carícia. “Da
tarde e da manhã se fez o primeiro dia” (Gn 1, 5); e com certeza os primeiros e
não os últimos perfumes da festa da sua Natividade eram os mais apropriados aos
momentos iniciais de uma organização, cujo principal e constante objetivo
consiste em reproduzir em si própria, a imagem de Maria, de maneira a
glorificar melhor o Senhor e a comunicá-lo aos homens.
“Maria é a Mãe de todos os membros do Salvador, porque ela, pela
sua caridade, cooperou no nascimento dos fiéis, na Igreja. Maria é o molde vivo
de Deus, porque foi só nela que um Deus-Homem se formou, de verdade, sem perder
qualquer traço da sua divindade; e porque só nela é que o homem pode
verdadeiramente e de uma maneira viva, formar-se em Deus, na medida em que a
natureza humana disto é capaz, pela graça de Jesus Cristo” (Santo Agostinho).
“A Legião de Maria apresenta a verdadeira face da Igreja Católica”
(João XXIII).
Fonte : Manual da Legião de Maria, pág. 9.
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