sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Ano da Fé


Sua Santidade, o Papa Bento XVI, decidiu proclamar um “Ano da Fé”. Começará no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2013. Nesse mesmo mês estaremos vivendo mais um Sínodo dos Bispos, cujo tema será sobre a Nova Evangelização.

Todos nós, os católicos, devemos participar desse ano com “todo seu coração, com toda sua alma e com todo seu entendimento”  (Mt 22,37). Mas qual é o sentido do Ano da Fé? A fé ainda tem espaço em nossa cultura secularizada? Em um mundo cheio de misérias, fome, guerras, onde Deus parece não ter lugar e nem vez, não seria uma alienação proclamar um Ano da Fé? Para que serve a fé?

Esses e outros interrogantes são propostos aos cristãos. Respondê-los se faz necessário para todos os que desejam viver sua fé com consciência, e não apenas como uma herança de seus pais e avós esquecida e guardada em um canto perdido da própria vida, e que não possui nenhuma incidência concreta no modo de viver, pensar, ser e relacionar-se.

O cristão diante dessa problemática não se cala e nem deve se calar. Devemos descobrir na oração os desígnios de Deus e dar respostas adequadas. Gostaria de convidá-los a percorrer comigo um itinerário que nos leve a descobrir o significado, importância e necessidade do Ano da Fé.

A cada final de semana no período de 11 de outubro de 2012 a 14 de novembro de 2013 vamos refletir trechos da oração do Credo.

13 e 14 de Out 2012
CREIO EM DEUS PAI TODO-PODEROSO E CRIADOR

Deus é Pai todo-poderoso.
O Creio nos mostra Deus Pai todo-poderoso, ou seja, a onipotência de Deus. A Santíssima Trindade é onipotente – tem todo o poder; é onipresente – está presente em todos os lugares; é onisciente – tem todo o conhecimento. Deus tem o poder universal, mas o exerce com amor de Pai e não com a rigidez de um tirano. E o seu poder se manifesta muitas vezes, de forma misteriosa, na fraqueza. Por exemplo, a cruz pareceu fracasso de Jesus aos olhos do mundo, mas por ela Deus revelou o seu poder redimindo a humanidade do pecado e levando Jesus à vitória da ressurreição.
Para Deus nada é impossível. Deus faz grandes coisas através dos pequenos, como fez da pequena Maria a Mãe do grande Salvador do mundo.

20 e 21 de Out 2012
Deus é criador
O ser humano de todas as épocas sempre se perguntou: de onde viemos? Para onde vamos? Estas duas questões sobre a origem e o fim são inseparáveis. A resposta de uma leva à resposta da outra. E saber disso é fundamental para o sentido e a orientação da nossa vida. Isso é objeto de numerosas pesquisas científicas, que criam diversas teorias mais ou menos aceitas.
A resposta da nossa fé é esta: viemos de Deus e vamos para Deus. Ele é o começo e o fim de tudo, o alfa e o ômega.
Por que Deus criou o mundo? Porque quem ama sempre gera a vida. Assim a criação foi feita para revelar o amor de Deus e para manifestar a sua glória. E a maior glória de Deus é a vida do ser humano. A criação revela também a sabedoria de Deus. Basta analisarmos cada ser para percebermos que só uma inteligência suprema poderia criá-lo.
Quão numerosas são as tuas obras, Senhor, e todas fizeste com sabedoria!” (Sl 104,24).

Só Deus é verdadeiramente o Criador porque só Ele cria do nada. Qualquer pessoa que inventa algo, o faz a partir de alguma substância que já existe. Deus não: as coisas não existem e passam a existir do nada pela sua Palavra. E o mundo que Deus criou não é um caos, uma bagunça, mas é um mundo maravilhosamente ordenado e bom. Basta ver o ritmo da natureza. Deus está presente na sua criação, mas não se confunde com ela; é muito superior a ela e a sustenta o tempo todo, senão ela voltaria ao nada.

Texto de Apoio:  † Orani João Tempesta, O. Cist.
  Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Material disponibilizado pela Arquidiocese de Maringá – PR.

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